domingo, 5 de julho de 2009

"The Evil Dead - A Morte Do Demônio", de Sam Raimi (1981)


Decerto um dos meus filmes favoritos.
É considerado um dos thrillers mais influentes do cinema de horror moderno, tendo sido responsável por dar um impulso a filmes com temática demoníaca, como já preconizava 'O bebê de Rosemary' por exemplo (que provavelmente será objeto de outro post).
Cada ator empreendeu participações impecáveis. Bruce Campbell na pele de Ashley (ou Ash) Williams; Elen Sandweiss interpretando Cheryl; Richard DeManincor como Scott; Betsy Baker como Linda; e Theresa Tilly interpretando Shelley.
Mas a "atuação" que merece mais destaque e certamente aplausos mais calorosos é a de Sam Raimi, na direção (o mesmo que viria a dirigir Homem-Aranha anos mais tarde). Com apenas 22 anos, conseguiu fazer um filme (independente, diga-se de passagem) que realmente dá medo; dá medo pelas cenas horrendas de personagens às quais o telespectador já tinha criado um certo carisma (até porque são poucas) sendo possuídas pouco a pouco, ficando com os olhos revirados e embranquecidos, e escarnecendo daqueles em cuja alma o diabo ainda não penetrara. Ora falando com uma voz gutural e aterrorizante, ora falando com uma voz excessivamente angelical, o que dá mais medo ainda.
Com uma fotografia bastante setentista, além dos visuais das personagens no que tange a roupas e cortes de cabelo, este filme possui outra característica que influenciou muitos posteriores: a de mostrar um grupo de jovens, que viajam de carro rumo a uma casa no interior (todos felizes e empolgados), que são aniqulados depois. Muitas pessoas abrem a boca pretensamente pra dizer que isto, nos filmes de hoje, é clichê (o que não deixa de ser verdade), mas usam um tom que nos faz crer que consideram um roteiro ruim. É porque não sabem que deriva da década de 70, e que foi difundido por The Evil Dead, quando os jovens da época consideravam tal roteiro muito bom. Sou da opinião de que é um roteiro de fato muito interessante. Não só por esse detalhe, mas por todo o conjunto de acontecimentos.
É um filme curto, com ritmo rápido, de orçamento baixíssimo, que quase não lança mão de trilha sonora (o que é proposital) para tornar o enredo mais seco e realista.
Conforme observado anteriormente, trata-se de um grupo de 5 jovens que decidem viajar para o interior do Tenessee com a intenção de passar uma noite em uma casa que haviam alugado no meio da floresta. A primeira irônica indicação do horror que os esperava era uma placa, que precedia uma ponte quase caindo aos pedaços, onde estava escrito "Ponte perigosa: o risco é seu." Após assistir o filme quase 20 vezes, posso seguramente afirmar que tratava-se de fato de uma ironia, pois o "risco" não era apenas o de atravessar a ponte, mas de algo misterioso que estariam assumindo enfrentar após cruzá-la.
Já na casa, os 5 corajosos, ao jantarem, ouvem a portinhola de um alçapão abrir sozinha. Em outro momento, Cheryl, ao desenhar, é momentaneamente possuída, e desenha a partir da coação de uma força oculta, a figura do Necronomicom - o livro dos mortos, que mais tarde será encontrado por Ashley e Scott no porão. Além deste objeto, encontram também um gravador e um aparelho para reproduzir a fita. Eles ouvem-na na sala. É o relato de um arqueólogo, que descobriu que recitando um certo texto em latim, evocaria o demônio. Na fita, o próprio cientista o recita, e os jovens, inocentemente o escutam, de modo que a menção daquelas palavras desencadeia novamente o mal adormecido, sujeitando-os a partir de então a uma série de possessões demoníacas, que irão culminar em cenas clássicas, como o estupro que as árvores do bosque fazem a Cheryl, entre outras que prefiro não comentar, para proporcionar aos próximos telespectadores todo o deleite que o filme oferece.
Reitero: um clássico do terror. Vale a pena assistir!

4 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. the evil dead, taí um filme realmente assustador, daquele tipo que tu apertas o braço das pessoas que estão ao teu lado ao ponto de tu te tornares o carrasco da sessão de cinema. A falta de musiquinhas bobas e o silêncio que grita, a respiração dos personagens que te deixa vidrado na tela é de gozar. Juro, um dos melhores filmes que já vi, nem sei se posso dizer que é um filme trash, mas pra quem gosta de levar uns bons sustos e de atuações convincentes esse é o filme ideal. Fotograma de sangue, fotograma de terror, fotograma de suspense, fotograma de mistério, fotograma de moda, fotograma de ai meu deus que nojo!, tudo isso em rapidez é simplesmente o conjunto das sequências mais foda que vi ultimamente. É como no própio filme: o risco é seu. apreciar essa obra com certeza é um risco dos melhores. Parabéns pelo texto. xD

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  3. o melhor filme de horror de todos os tempos na minha opinião

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